SETOR DE EVENTOS REQUER CAPACITAÇÃO
20 de Outubro de 2015
O setor de eventos cresce acima da média da economia brasileira com índice anual de 14%, gerando mais de 7 milhões de empregos e uma participação no PIB de 4,32%, conforme pesquisa da Abeoc (Associação Brasileira de Empresas de Eventos) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas). Os números são animadores e revelam a importância do setor nacionalmente. Entretanto, a falta de qualificação da mão de obra e serviços é um grande desafio para os empresários do ramo, exigindo investimentos em mudanças urgentes. A falta de planejamento e capacitação profissional são os erros cometidos com mais frequência na organização de eventos. E, no caso dos bufês, a preocupação maior é com a manipulação de alimentos.
A qualidade dos produtos servidos está recebendo uma constante atenção das diferentes esferas do governo e da iniciativa privada, em decorrência da grande incidência de DTA (Doenças Transmissíveis por Alimentos), em todo o Brasil. A iniciativa ganha contornos ainda maiores em Belo Horizonte, já que a capital mineira está se tornando um polo nacional para turismo de negócios e gastronomia, deixando claro que os eventos de grande porte serão cada vez mais comuns.
O primeiro passo para reverter essa situação já foi dado com a parceria firmada entre Sebrae e o Sindbufê (Sindicato dos Bufês de Belo Horizonte e Região Metropolitana) visando garantir apoio estratégico para evolução e fortalecimento do setor com toda sua cadeia produtiva, contribuindo em situações como sensibilização empresarial e aplicação de soluções para melhoria da gestão. Os bufês associados poderão contar com a consultoria para aprimoramento de práticas empresariais.
A qualificação também é importante para as empresas que querem se destacar nesse mercado tão concorrido. Hoje, o Brasil tem 21.958 pequenas empresas em serviços de alimentação para eventos e recepções, número cinco vezes maior que em 2007 com 4.285 pequenos negócios.
O aumento do poder de consumo também tornou o cliente mais exigente, buscando novidades e atento às tendências, esperando que, também, as empresas contratadas estejam atentas a essas mudanças. A inovação é parte indispensável para os empreendedores que devem apostar em novidades para se destacarem, ou mesmo, descobrirem um novo nicho para investimento.
Os grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo projetaram o Brasil mundialmente e devem alavancar o mercado. Contudo, em contrapartida, também exigirão um número maior de funcionários e que falem outras línguas. Porém, apenas 5% da população brasileira apresenta fluência na língua inglesa, conforme dados da British Council, sendo um dos piores índices mundiais em proficiência.
A reversão desse cenário requer um esforço coletivo. Os empresários devem incentivar os colaboradores a buscarem cursos para prestarem cada vez mais um atendimento melhor e conseguirem melhor posicionamento no mercado de trabalho. O panorama do mercado e suas perspectivas são favoráveis, contudo, para garantir a expansão do setor, investimentos em qualificação serão fundamentais.